quinta-feira, 26 de maio de 2016

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Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

sábado, 15 de outubro de 2011

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Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…

Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura. E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros à força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país. Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

Por José Barbosa Junior

Por um Forró Autêntico

terça-feira, 5 de julho de 2011

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POR UM FORRÓ AUTÊNTICO

ONALDO QUEIROGA

Um dia, Luiz Gonzaga deixou seu pé de serra, sua Vila do Araripe, sua Exu, em Pernambuco, e partiu para abraçar o mundo. Levou no matulão o seu cariri, o seu sertão — sofrido, sim, mas de uma fortaleza inigualável. Levou consigo o próprio Nordeste, sua gente e sua cultura.
Com sua sanfona e seus parceiros, Gonzaga iluminadamente criou o baião, o xote, o xaxado e o forró, transformando-se no Rei do Baião. Virou um artista considerado por muitos como a síntese, em termos musicais, de grandes nomes da literatura brasileira, como José Américo de Almeida, Ariano Suassuna, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e João Cabral de Mello Neto. Ou seja, o que estes monstros sagrados retrataram em seus livros, Luiz “Lua” Gonzaga também o fez, com identidade própria, em suas músicas.


Após muita luta, enfrentando preconceitos e desafios tremendos, Luiz conseguiu apresentar e manter viva até hoje a música de raiz do povo nordestino. Falar em Luiz Gonzaga é prontamente associá-lo ao chamado forró “pé de serra”, ou seja, a autêntica música nordestina, por ele criada e divulgada. Mas é como diz a história: tudo o que o homem cria, também ele próprio modifica, às vezes para melhor. Já outras modificações terminam por se deteriorar e até mesmo por descaracterizar o que fora tão bem lapidado quando inicialmente criado. Antes de falecer, Luiz Gonzaga percebera que sua música, com o tempo, vinha sofrendo algumas alterações. É que alguns músicos, descompromissados com a verdadeira cultura de raiz, passaram a distorcer o forró, o xote, o xaxado e o baião. O Rei, sentindo o perigo, ainda chegou a protestar, cantando “Baião Polinário”.Ele parecia pressentir o que poderia acontecer com o baião, o xote, o xaxado e o forró. Passados 19 anos de sua morte. alguns poucos nordestinos lutam para manter acesa a chama do forró pé de serra, da música de raiz do Nordeste. Mas outros inúmeros nordestinos procuram inconcebivelmente destruir nossa música. O que se vê é número insignificante de artistas que, individualmente, procuram, por meio de carreira solo, apresentar um trabalho que se enquadre no perfil do verdadeiro forró, pois na verdade há uma prevalência de bandas, que, cantando um forró de plástico, divulgam em suas letras o inaceitável incentivo a uma vida promíscua, voltada para cabarés e bebedeiras, como se isso contribuísse de alguma forma para a construção de uma sociedade sadia. O verdadeiro forró ainda é sustentado por alguns artistas nordestinos, como Maciel Melo, Alcymar Monteiro, Pinto do Acordeom, Flávio José, Waldones, Clã Brasil, Adelmário Coelho e outros poucos. Mas, contrariando o curso natural da História, inversamente ao caminho que originariamente fora percorrido, hoje o forró encontra, em alguns grupos do Sudeste do país, os denominados universitários, precipuamente do Rio de Janeiro e de São Paulo, o apoio da continuidade do legado deixado por Luiz Gonzaga. O forró universitário resolveu encampar a luta de manter vivo o verdadeiro forró. É o caso do Fala Mansa e do Forroçacana, que conquistaram uma legião de fãs, tendo como ponto fundamental o forró pé de serra. Tocando músicas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e outros clássicos da música nordestina, alcançaram o sucesso e somente mais adiante investiram na composição de um repertório próprio e original, contudo sem se afastar do toque do forró legítimo. Nosso Zé Ramalho referia-se assim, em março de 2000, ao Forróçacana: “Para mim, que conheço o som do Nordeste, aprendo com eles que a brasilidade é maior do que qualquer região, não importa onde nascemos, mas sim, para que viemos. Que se faça logo o tempo passar e, com isso, o lugar que é deles, seja preenchido com talento e cheiro de coisa alegre.”Há realmente coisas neste mundo difíceis de compreender. Como diz o ditado: “De onde menos se espera é que se encontra o apoio que se deseja”. Não há ou haverá forró plastificado que enterre a verdadeira música nordestina. Como tantos outros modismos, o forró de plástico passará — e o legítimo forró continuará reinando, para a felicidade do Nordeste.