Josué · Recife, PE
Não sei o que pensam os filólogos, mas já andei todo esse Nordeste e posso garantir que o jeito de falar do baiano do sertão é diferente do baiano do Recôncavo e do baiano do Planalto, que é diferente do sergipano e do pernambucano do interior, que se assemelha ao alagoano e ao paraibano, que difere dos habitantes da região do Araripe, que lembra o piauiense, que é diferente do maranhense (esses têm a fama de falar o português mais correto do país), que não tem nada a ver com o cearense, que tem um certo parentesco com o potiguar, que recebeu muita influência pernambucana. Segundo os lingüistas, a região do Recife (aqui é “Ricife”, nunca “Récife”, que é baiano, nem “Rêcife”, como no Sul e Sudeste) tem um falar muito particular, no qual as pessoas às vezes falam com um “s” chiado, semelhante aos cariocas.
Acho que os brasileiros das mais diferentes regiões podem sim ser identificados pelo seu dialeto ou sotaque, sem falar que são tantos vocábulos, expressões da língua local e diferenças lexicais usadas que já deram origem até a dicionários de “baianês”, “pernambuquês”, “cearês” e “nordestinês”. É para prestar atenção!
O fato é que com essa dimensão continental fica até difícil um gaúcho da Campanha entender um nordestino do Cariri, todos brasileiros. E viva a pluralidade dos sotaques, dialetos e regionalismos que são partes da identidade cultural dos povos! Abaixo a dominação dos jeitos carioca e paulista de falar (nada contra os queridos nascidos no Rio e em São Paulo, pelo amor de Deus!) implantado pela televisão!
Fonte: Overmundo
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